A roupa e a arquitetura
Em diferentes escalas, observamos que a roupa e a arquitetura assumem
diversas funções comuns, dentre elas: nos proteger das intempéries, nos
ambientar em determinadas situações sociais e nos trazer conforto. Ainda assim,
o caráter social da arquitetura permeia a ideia de interação com o ambiente e
suas funcionalidades, não é à toa que projetos arquitetônicos são pensados a fim de se explorar as diversas possibilidades de interpretação e apropriação que o espaço projetado deve oferecer a seus usuários. A roupa, no entanto, igualmente nos serve como ambientação, mas não adquire tamanha abrangência. Os espaços públicos, por exemplo, abrigam uma enorme gama de funções e estão abertos a quem queira visitá-los, ou seja, são locus de expressão da diversidade e, por isso, incorporam bem mais precisamente um faceta social. Ao habitarem eventos e ocasiões múltiplas, os ambientes de uma cidade, por exemplo, estão voltados ao cidadão que nela vive, podendo assumir conformações distintas na medida que recepcionam novos componentes sociais, ou seja, são mutáveis à presença humana. A roupa em dimensões diferentes, também é mutável, mas, ao contrário da arquitetura, raramente se comporta de maneira tão interativa, basta pensar que, ainda que as roupas, por si só, estabeleçam padrões e grupos sociais, elas não possuem a complexidade social de um espaço.
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